Dados do Trabalho


Título

INSTABILIDADE DE MICROSSATÉLITE NO PROGNÓSTICO E EFICÁCIA DA QUIMIOTERAPIA EM PACIENTES COM CÂNCER GÁSTRICO

Introdução

O câncer gástrico (CG) com instabilidade de microssatélites (MSI) geralmente é relacionado a um melhor prognóstico, além de não apresentar beneficio na sobrevida com quimioterapia (QT) comparada ao CG com microssatélites estável (MSS). No entanto, pacientes com MSI têm características clinicopatológicas distintas, consistindo em fatores que predizem resultados positivos e negativos.Portanto, medir o valor do MSI como um fator prognóstico após o controle desses fatores discrepantes é necessário para determinar o impacto real da MSI na sobrevida.

Objetivo

Comparar a sobrevida do CG com MSI e MSS utilizando o método de pareamento por escore de propensão (PSM) para reduzir os vieses das características clínico-patológicas. Analisamos ainda a eficácia da QT nos casos com MSI.

Método

Avaliamos retrospectivamente todos os pacientes com CG submetidos à gastrectomia curativa. Os pacientes foram divididos em grupos MSI e MSS. O PSM incluindo 8 variáveis (sexo, idade, comorbidades, ASA, tipo de gastrectomia pT, pN e CMT) foi usado para combinar fatores clinicopatológicos entre os dois grupos.

Resultados

Entre os 378 pacientes avaliados, 78 (20,6%) apresentavam MSI. Idade avançada (p<0,001), gastrectomia subtotal (p=0,008), pN0 (p=0,020) e TNMI/II (p=0,012) associaram-se a presença de MSI. A análise de sobrevida mostrou melhor sobrevida livre de doença (SLD) e global (SG) no grupo MSI (p=0,012 e p=0,019, respectivamente). Após o PSM, 78 pacientes foram pareados em cada grupo. Todas as variáveis atribuídas no escore foram bem pareadas e os dois grupos se equipararam em relação à idade (p=0,741), tipo de gastrectomia (p=0,510), pT (p=0,744), pN (p=0,336) e pTNM (p =0,244). Após o pareamento, as diferenças na SLD e SG para o status de MSI foram estimadas como maiores do que antes (SLD: 63,3% vs 41,4% p=0,002; SG: 65,8 vs 42,5%, p=0,002). Em relação aos pacientes com MSI encaminhados para QT (n:60; estágio>IB), 51,7% receberam QT (MSI+QT) e os demais foram tratados apenas com cirurgia (MSI+CIR). Não houve diferença na SLD e SG entre os dois grupos (p=0,255 e p=0,178, respectivamente). Além disso, a sobrevida livre de recorrência foi equivalente nos grupos MSI+CMT e MSI+CIR (72,1% vs 66,9%, p=0,638). As análises de sobrevida demonstram que a SLD e SG do MSI+CIR foi semelhante ao CG MSS tartados com QT e cirurgia (p=0,869 e p=0,706, respectivamente).

Conclusão

Mesmo após o controle das características clinicopatológicas, a presença de MSI foi relacionada a um melhor prognóstico. O CG com MSI não apresentou benefício significativo na sobrevida com a adição de QT. A sobrevida dos pacientes com MSI tratados somente com cirurgia foi equivalente a dos MSS tratados com QT associada à cirurgia.

Palavras-chave

câncer gástrico, instabilidade de microssatélites, sobrevida, quimioterapia

Área

TGI Alto

Autores

ANDRE RONCON DIAS, Marina Alessandra Pereira, Marcus Fernando Kodama Pertille Ramos, Evandro Sobroza de Mello, Ulysses ANDRE Ribeiro Jr