Dados do Trabalho


Título

CRIAÇÃO DE UM PROTOCOLO EM CARDIO-ONCOLOGIA PARA ATENDIMENTO EM UM SETOR HOSPITALAR DE REABILITAÇÃO

Introdução

As doenças cardiovasculares (DCV) e o câncer (CA) configuram-se hoje nas causas de maior mortalidade na população brasileira e mundial. Além disso, o avanço no diagnóstico precoce de doenças oncológicas tem aumentado as taxas de sobrevida relacionada a doença e também a exposição prolongada a medicamentos que podem provocar cardiotoxicidade como a Doxorrubicina, a Ciclofosfamida e a carboplatina. Dentre as alterações mais comuns está a insuficiência cardíaca, disfunção assintomática do ventrículo esquerdo, cardiomiopatias e arritmias. Neste contexto, a reabilitação cardiovascular (RCV) pode beneficiar o paciente por meio dos exercícios aeróbicos, de fortalecimento muscular, flexibilidade e equilíbrio. Assim, pode-se melhorar a aptidão física, reduzir os riscos de eventos cardiovasculares e contribuir para melhora na qualidade de vida.

Objetivo

Avaliar os efeitos da reabilitação cardiovascular na performance funcional, força muscular, equilíbrio, tolerância aos esforços, fadiga e qualidade de vida de dois pacientes incluídos no protocolo de cardio-oncologia

Relato do caso

Caso 1: Paciente R.A.N., gênero masculino, 72 anos, diagnosticado com câncer de pulmão submetido a quimioterapia com carpoblatina e imunoterapia com nivolumabe, com histórico de arritimia que apresentou retorno da mesma no período de realização da quimioterapia, de novembro de 2022 a janeiro de 2023. À avaliação, apresentou grau de força muscular diminuído, baixa performance funcional, déficit de equilíbrio estático e dinâmico, baixa pontuação no questionário de qualidade de vida “European Organization for Research and Treatment of Cancer 30” (EORTQ QLQ-C30). Caso 2: Paciente MGWM, sexo feminino, 64 anos, diagnosticada com câncer de pâncreas submetida a quimioterapia com inclusão de oxaliplatina em protocolo no período de março de 2022 a junho de 2022, apresentando presença de bloqueio átrio-ventricular identificado após o término da quimioterapia. À avaliação, apresentou grau de força muscular diminuído, baixa performance funcional, déficit de equilíbrio estático e dinâmico, baixa pontuação no questionário de qualidade de vida, moderada tolerância ao esforço e fadiga moderada. Em ambos, observou-se após 12 sessões, melhora na média de performance funcional de 70% parcialmente dependente para realização de suas atividades da vida diária (AVD) para 85% independente para a realização das suas AVD ; força muscular de 44 (fraqueza muscular significativa) para 53 (fraqueza muscular leve); do equilíbrio pelo Score Funcional de 5 (alto déficit) para 9 (moderado déficit); distância percorrida de 0.88km para 4.80km e melhora da qualidade de vida pelo EORTQ QLQ-C30 de 35% para 55,87%.

Conclusão

O protocolo para atuação frente a pacientes cardio-oncológicos tem mostrado benefícios significativos no equilíbrio, força muscular, performance funcional e qualidade de vida após 12 sessões de atendimento que podem ser fatores protetores para ocorrência de eventos cardiovasculares futuros.

Palavras-chave

Oncologia; Cardiologia; Reabilitação.

Área

Multiprofissional

Instituições

Hcor - São Paulo - Brasil

Autores

JADNA HELENA DOS SANTOS FRANCA, Laura Dutra Dutra Carraro, Carlos Alberto Cordeiro Hosri, Alexandre Marques Abla