Dados do Trabalho

Título

IMPACTOS DA COVID-19 SOBRE O INTERVALO DIAGNÓSTICO-TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA NO BRASIL

Introdução

Curto intervalo de tempo entre o diagnóstico e início do tratamento do câncer de mama (CM) continua sendo um desafio para a saúde pública no Brasil.

Objetivo

Avaliar o intervalo diagnóstico-tratamento iniciado (DTi) para CM no Brasil e os possíveis efeitos da pandemia da COVID-19.

Método

Trata-se de estudo ecológico, com dados do PAINEL-Oncologia (DATASUS), utilizado a partir do CID C.50 referente a CM, nos períodos pré-COVID-19 (2013-2019) e durante a pandemia (2020-2021). Considerou-se p<0,05 significativo.

Resultados

Foram incluídos 315.951 casos confirmados de CM (feminino=99,3% e masculino=0,7%) entre 2013-2021. A maioria dos pacientes não conseguiu iniciar o tratamento oncológico em até 60 dias do diagnóstico (51,8%). Observou-se tendência de aumento no número de tratamentos oferecidos pelo SUS nos anos pré-COVID-19 (Y=2.172,75X-4.344.311; r²=0,9575; p<0,05), mas o volume de tratamentos exibiu redução média de 24,6%/ano durante a pandemia. O intervalo DTi médio foi de 122,4, 122,5 e 122,3 dias entre 2013-2021, no período pré-COVID-19 e durante a pandemia, respectivamente. A chegada da COVID-19 no Brasil inverteu a proporção de estadiamento de doença precoce/avançada ao diagnóstico do CM (pré-COVID-19=55,8%/44,2%; COVID-19=48,4%/51,6%). Cirurgia exibiu um intervalo médio de DTi significativamente mais curto em comparação a outras modalidades terapêuticas (82,0 dias), inclusive nos anos pré- (84,1) e durante a COVID-19 (70,8).

Conclusão

A COVID-19 impôs mudanças na atenção ao câncer de mama no Brasil, reduzindo o número de tratamentos realizados pelo SUS, aumentando as chances de atrasos no início do tratamento e elevando a proporção de doença avançado ao diagnóstico.

Palavras-chave

Neoplasias; Neoplasias da Mama; Tempo para o Tratamento; Saúde Pública.

Área

Ginecológico