Dados do Trabalho


Título

miRNA 223-3p: uma provável assinatura prognóstica para o câncer de mama triplo negativo

Introdução

O cancer de mama (CM) é o mais comum em mulheres ao redor do mundo. Devido à sua elevada complexidade molecular e opções terapêuticas restritas, o subtipo triplo negativo (TNBC) é o principal desafio médico nesta neoplasia. Desenvolver ferramentas diagnósticas menos invasivas que apresentem valor preditivo e prognóstico para uso na rotina é fundametal.

Objetivo

Identificar o perfil de miRNAs derivados de microvesículas (MVs) ciruculantes no sangue das pacientes com CM a fim de estabelecer um painel com potencial para avaliação do prognóstico acessado por biópsia líquida.

Método

Um grupo de 47 pacientes com CM e 1 um pool de 10 pacientes sem a doença foram avaliados. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética institucional (CAEE 82703418.8.0000.5121). Amostras de sangue periférico foram coletadas em tubos com EDTA e processados para obter plasma livre de plaquetas. As MVs foram purificadas e os pequenos RNAs extraídos utilizando o exoRNeasy kit (Qiagen). As bibliotecas para sequenciamento foram construídas utilizando QIAseq miRNA Library kit (Qiagen). O sequenciamento foi realizado utilizando o kit Illumina high output de 75 ciclos na plataforma NextSeq 550. As sequências obtidas foram avaliadas utilizando o software CLC (Qiagen).

Resultados

Dos participantes (n=48), 22.92% foram Her-2 superexpresso, 43.75% TNBC, 31.25% triplo positivo e 2.08% o controle. Na comparação do perfil de miRNAs dessas pacientes foi observada uma significativa superexpressão de 50 miRNAs em um grupo de pacientes que apresentavam uma condição mais agressiva da doença, especialmente aquelas do grupo TNBC, em relação ao controle. Destes, destacamos o miR-223-3p que em estudos anteriores foi relacionado à transição epitélio mesênquima, proliferação e migração celular, corroborando com nossos achados.

Conclusão

O perfil de superexpressão do miRNA 223-3p mostrou-se associado a um prognóstico pobre no CM, sobretudo no TNBC, e constitui uma assinatura genética com potencial de ser acessada por biópsia líquida no diagnóstico e monitoramento da eficiência terapêutica.

Palavras-chave

miRNAs, Câncer de mama, microvesiculas

Área

Mama

Autores

FABIO RIBEIRO QUEIROZ, Carolina Pereira de Souza Melo, Matheus de Souza Gomes, Letícia da Conceição Braga, Paulo Guilherme de Oliveira Salles